Em 2019, “a diversidade de solos, castas, exposições e altitudes permitiram maturações faseadas, fundamentais para a obtenção de uvas com elevada qualidade”, salienta Márcio Nóbrega, responsável de viticultura da Sogevinus Fine Wines. Assim, face a uma vindima com uma janela de maturação mais longa, a atenção ao detalhe em cada parcela e o controlo permanente do estado de maturação das uvas foram os factores-chave para a obtenção de mostos frescos, aromáticos, com taninos assertivos e de grande intensidade corante originando vinhos com grande potencial de evolução.
"A vindima de 2019 resultou em vinhos extremamente limpos no aroma, concentrados em cor e frescos na boca."
Carlos Alves, Master Blender e enólogo responsável pelos Vinhos do Porto Sogevinus Fine Wines
As amplitudes térmicas registadas em Agosto e Setembro foram bastante favoráveis à maturação das uvas. A ausência de chuva acompanhada das temperaturas altas, normais na região do Douro, a par de noites frescas contrastaram com os excessos verificados nos Verões dos últimos anos.
Foi neste contexto que se selecionaram uvas de cotas médias e baixas, de exposição norte / noroeste, provenientes exclusivamente das parcelas plantadas entre os 110 e os 135 metros de altitude, para produzir este Vintage da Quinta de São Luiz. Do lote fazem parte a Touriga Nacional - que lhe atribui frescura e notas de fruta - e uvas provenientes de Vinhas Velhas, com mais de 80 anos, que lhe conferem assertividade e concentração.
De tonalidade negra escura com laivos violetas, este Vintage seduz de imediato pela sua riqueza aromática de onde sobressaem aromas florais, alguns mentolados, notas de fruta negra como bagas de mirtilo e apontamentos de notas fumadas. No palato revela uma acidez assertiva conjugada com taninos intensos, a marcar o estilo dos Vintage Single Quinta da Casa Kopke. A fruta fresca apresenta-se delicada e o fim de boca é longo e arrebatador, antecipando o magnífico potencial de envelhecimento.
“Um Vintage firme, fresco e intenso que tem na sua amplitude um grande equilíbrio”, refere Carlos Alves.
Na Quinta do Arnozelo, situada na sub-região do Douro Superior, a vindima de uvas para vinho do Porto arrancou a 16 de Setembro com o corte da Touriga Nacional exposta a nordeste a 280 m de altitude, avançando para a Touriga Franca, de parcelas a 200m de altitude e viradas a nascente, e para a Tinta Roriz virada noroeste com uma altitude de cerca e 250m.
À elegância e riqueza aromática da Touriga Nacional, aliou-se a concentração e a estrutura da Touriga Franca e o tanino mais tenso da Tinta Roriz, três castas que juntas compõem o lote deste fascinante Vintage da Quinta do Arnozelo. “Um vinho muito elegante, floral e fresco”, qualidade essa que Carlos Alves destaca face à região que lhe está na origem.
De tonalidade vermelha intensa com laivos violeta, este vinho assume o perfil da Burmester num registo mais elegante e perfumado onde, para além dos apontamentos de fruta tropical, destacam-se notas florais, nuances de flor de laranjeira, cassis, rosmaninho, frutos do bosque e ameixas. Um vinho de grande finesse, com um tanino bem presente, tenso e musculado envolvido em notas de alcaçuz e fruta fresca. Com um final de boca longo, mas elegante, bem ao estilo da Casa Burmester, este vinho é a mais pura expressão da excelência do terroir da Quinta do Arnozelo.
Os Vintages Clássicos da Cálem nascem no Douro Superior, expressão de um mosaico de terroirs que traçam o perfil clássico da marca. São fruto de um blend de uvas de diferentes parcelas de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Sousão que, em percentagens diferentes, compõem o lote de um Vintage e que, ao longo dos anos, mantém a consistência da identidade da Casa: vinhos com perfil mais robusto marcado pela estrutura e pela fruta madura.
Concentrado, este Vintage apresenta uma cor púrpura intensa, antecâmera de um nariz marcado por bagas negras que se completam com notas de bosque, chocolate negro, pimenta e ligeiros apontamentos mais resinosos. Intenso, este é um vinho irreverente e volumoso, com um tanino bem firme que lhe antecipa um grande potencial de guarda. Um Vintage “robusto, encorpado e vibrante”, sublinha Carlos Alves.
O coração do Douro, entre as regiões do Baixo e Cima Corgo, é o berço do Vintage Clássico da Barros, “um vinho com um perfil balsâmico, floral e equilibrado”, salienta Carlos Alves. A Touriga Nacional, a Touriga Franca e a Tinta Roriz são as três castas base para o lote deste Vintage que contempla ainda uma pequena percentagem de Sousão.
De tom vermelho escuro, este Vintage apresenta um nariz perfumado e limpo onde os aromas florais se conjugam com notas cítricas, apontamentos de fruta negra, chocolate e alguma especiaria. Na boca apresenta-se jovem e fresco, com a fruta a realçar o excelente equilíbrio entre tanino e acidez. Trata-se de um Vintage assertivo com final de boca longo, intenso e apetitoso. Um Vintage com um perfil atraente que lhe permite ser desfrutado ainda jovem, ideal para quem se inicia na categoria, não obstante o seu potencial de guarda.