Casas da Sogevinus Fine Wines preparam lançamentos clássicos que o mercado conhecerá no último trimestre do ano
Kopke, Burmester, Cálem e Barros respeitam a identidade individual e o perfil que ao longo do tempo lhes tem estado associado, apresentando-se ao mercado com propostas de vinhos com muito carácter e enorme capacidade de evolução, que se traduzem em valores seguros.
Foi um ano particularmente desafiante. Tivemos que ter um conhecimento profundo do estado das uvas na videira, pois cada casta e cada parcela de vinha evoluíram a ritmos distintos.
Generalizando, os Porto Vintage 2016 mostram-se carregados de cor e cheios de estrutura, mais concentrados, robustos e intensos por comparação com os Vintage 2015. Ou seja, um perfil clássico de Vintage.
" Ser paciente e esperar pelo momento certo valeu a pena, como está demonstrado nos resultados excepcionais que alcançamos com nossos vários vinhos ”
Carlos Alves, enólogo para Vinhos do Porto da Sogevinus Fine Wines.
Os meses de novembro e de dezembro de 2015 foram secos, mas o restante inverno, sobretudo os meses de janeiro e fevereiro de 2016, registaram precipitação muito acentuada. As temperaturas em dezembro e janeiro foram superiores à média dos últimos 30 anos.
A primavera surgiu chuvosa e fria, o que atrasou o arranque vegetativo. Com a subida da temperatura e da humidade na parte final dessa estação do ano foi necessário redobrar a atenção à vinha, atuando sempre no momento certo. O verão foi muito quente e seco, tendo em julho ocorrido episódios de trovoada e granizo, o que originou uma importante perda de produção nalguns locais específicos.
Face a 2015, a vindima arrancou cerca de 10 dias mais tarde, em consequência do atraso inicial do ciclo vegetativo – primavera inicialmente fria, verão muito quente. A generalidade dos cachos apresentava um tamanho mais reduzido que o habitual, compensado pela boa relação polpa/película e por um fruto mais rico e complexo.
O ritmo distinto de maturação das diferentes parcelas de vinha obrigou a um planeamento minucioso por parte da equipa de viticultura, liderada por Márcio Nóbrega. Talhão a talhão, a apanha respeitou o ponto de maturação ótimo de cada casta, tendo a vindima de brancos para Vinho do Porto sido iniciada em 12 de setembro e, um dia depois, a de tintos, com uvas pronevientes do Douro Superior.
A casta que registou melhor comportamento foi a Touriga Franca, secundada pela Touriga Nacional, que também se mostrou a muito bom nível.
Castas: vinhas velhas (60%) com mais de 50 anos da Quinta de S. Luiz, sub-região do Cima Corgo, e Touriga Nacional (40%).
Cor negra profunda. Nariz intenso e complexo, de fruta negra bem madura – ameixa, amora e cereja. Apontamentos de cacau, pimenta negra e um suave perfume de violeta. Untuoso, com várias camadas de sabor, tanino vincado e vigoroso mas sempre com excelente equilíbrio entre a doçura e a acidez. Final longo, profundo e fresco.
Castas: Touriga Nacional (50%) e Touriga Franca (50%), de vinhas com mais de 25 anos, da Quinta do Arnozelo, Douro Superior.
Cor rubi. Aromas exuberantes, de fruta vermelha, cássis, esteva e ligeiras notas mentoladas. Muito elegante e delicado, respeitando o perfil da casa, tem estrutura firme, sabor de fruto maduro e excelente acidez. O final é muito longo e harmonioso.
Castas: Touriga Nacional (30%), Touriga Franca (30%), Tinta Roriz (30%) e Sousão (10%), sub-região do Douro Superior.
Cor púrpura. Nariz discreto, com notas de fruta negra bem madura, chocolate negro e alguma especiaria. Poderoso e intenso na estrutura, num compromisso entre acidez e doçura que o tornam cremoso e sofisticado. Finaliza longo, com a fruta a perdurar.
Castas: Touriga Franca (40%), Tinta Roriz (30%), Touriga Nacional (20%) e Tinta Barroca (10%), sub-região do Cima Corgo.
Cor rubi escura. Perfumado, combina notas de fruta fresca, apontamentos mentolados e nuances balsâmicas. Muito suculento, tem estrutura afirmativa e um registo apetitoso de fruta. O final é incrivelmente longo.